Em um estudo piloto, os cientistas usaram um microscópio especializado de alta potência para detetar a presença de pequenas moléculas em amostras de sangue de pacientes com fibromialgia.
Ao "calibrar" o equipamento a reconhecer o padrão molecular, os investigadores mostraram que o microscópio poderia mostrar a diferença entre a fibromialgia e dois tipos de artrite que partilham alguns dos mesmos sintomas. Apesar de ser necessário mais análises para identificar exatamente quais moléculas estão relacionadas com o desenvolvimento da própria doença, os pesquisadores dizem que seus dados experimentais são promissores. "Nós tivemos realmente um bom exemplo de um teste que poderia ser um importante auxílio no diagnóstico de pacientes com fibromialgia", disse Tony Buffington, professor de ciências clínicas veterinárias em The Ohio State University e autor sénior do estudo. "Gostaríamos que isto levasse á criação de um teste objetivo por médicos de cuidados primários usarem, o que poderia conduzir a um diagnóstico até cinco anos antes do que normalmente ocorre." Os pacientes com fibromialgia estão muitas vezes desesperados no momento em que recebem o tratamento por causa do longo processo que é necessário para fazer um diagnóstico. Os principais sintomas, dor persistente e fadiga, imitam muitas outras condições, por isso, os médicos tendem a descartar outras causas possíveis antes de diagnosticar a fibromialgia. Sintomas adicionais incluem sono interrompido e problemas de memória ou pensamento. De acordo com o National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases, estima-se que 5 milhões de adultos norte-americanos têm a doença. "A importância de produzir um diagnóstico mais rápido não pode ser subestimada, pois os pacientes vivenciam uma enorme tensão durante o processo de diagnóstico. Basta chegar ao diagnóstico para realmente fazer com que os pacientes se sentam melhor e reduzir os custos por causa da redução da ansiedade", disse Kevin Hackshaw, professor associado de medicina, divisão de reumatologia e imunologia, em Ohio State's Wexner Medical Center e principal autor do estudo. O estudo foi publicado a 21 de Agosto de 2013, num artigo do jornal Analyst. A tecnologia utilizada neste trabalho é microespetroscopia infravermelha, que identifica o conteúdo bioquímico de uma amostra de sangue, baseada na posição de onde os picos das moléculas aparecem no espectro de infravermelhos. A tecnologia oferece pistas nas moléculas presentes nas amostras, com base em como as ligações moleculares vibram quando são atingidas pela luz. A espetroscopia funciona em sangue seco, de modo que apenas algumas gotas de uma picada no dedo produzem sangue suficiente para executar este teste. Os pesquisadores primeiro obtêm amostras de sangue de pacientes com diagnóstico de fibromialgia (14), artrite reumatoide (15) e osteoartrite (12). Essas outras condições foram escolhidas para comparação, por produzirem sintomas semelhantes aos da fibromialgia, mas mais fáceis de diagnosticar. Os cientistas analisaram cada amostra com o microespetroscopio de infravermelhos para identificar os padrões moleculares associados a cada doença. Isto funcionou como uma fase de "treino" do estudo. Quando os investigadores inseriram amostras de sangue aleatórias na mesma máquina, cada condição foi identificada com precisão, com base nos seus padrões moleculares. "Foram separados completamente, sem erros de classificação", disse Buffington. "Isso é muito importante. Nunca confundiu um paciente com fibromialgia com um paciente com artrite. Claramente precisamos de mais resultados, mas isso mostrou que a técnica é bastante eficaz." Os pesquisadores também analisaram alguns dos potenciais produtos químicos que poderiam algum dia funcionar como biomarcadores em amostras de sangue de fibromialgia, mas são necessários mais estudos para identificar as moléculas responsáveis pelos padrões espectrais, disse ele. Apesar de um microscópio de infravermelhos poder ser caro, Buffington disse que o teste poderia ser acessível se um laboratório central existisse para testar as amostras. O facto de o método poder usar amostras de sangue seco faz com que este seja um conceito viável porque o sangue seco pode ser legalmente enviado via correio nos EUA, observou. Por é que é um veterinário a investigar este tipo de pesquisa? Buffington é um especialista em gatos domésticos, incluindo no distúrbio da bexiga dolorosa que eles sofrem chamada cistite intersticial (CI). Esta síndrome também ocorre em seres humanos. Acontece que as origens do CI, tal como doenças humanas como a síndrome do intestino irritável e a fibromialgia, não podem ser rastreadas para a área específica da anatomia mais afetados pela síndrome. Esses distúrbios são classificados como síndromes sem explicação médica ou funcionais, e Buffington explorou a possibilidade de que um elo comum existe entre estes tipos de doenças, e que eles podem ter origem no sistema nervoso central. […] Fonte: http://www.sciencedaily.com/releases/2013/07/130723134255.htm (Nota do tradutor: leia também o nosso artigo “Novo estudo confirma a precisão de teste de sangue em Fibromialgia”.) Tradução: Fátima Figueiredo – Jovens portadores de Fibromialgia Portugal
0 Comments
Leave a Reply. |
Subscreva a nossa newsletter trimestral para receber no seu e-mail todas as novidades.
Categorias
All
Informação:- Os artigos que colocamos no site são traduções feitas por nós de sites estrangeiros. Arquivos
May 2023
|