Estudos mostram que os casamentos em que um dos cônjuges tem uma doença crónica são mais propensos a falhar se os cônjuges são jovens. E cônjuges cuidadores têm seis vezes mais probabilidade de ficar deprimidos do que os cônjuges que não precisam de ser cuidadores.
O psicólogo clínico Rosalind Kalb, vice-presidente do centro profissional de recursos noNational Multiple Sclerosis Society, disse: "Mesmo nos melhores casamentos, é difícil. Você sente-se preso, fora de controlo, e indefeso." Mas com paciência e empenho, existem maneiras de você e seu parceiro poderem lidar com a pressão que uma doença crónica pode colocar no seu relacionamento. 1. Comunicar Os relacionamentos podem sofrer quando as pessoas não discutem os problemas que não têm solução fácil ou óbvia, diz Kalb. E que a falta de discussão pode levar a sentimentos de distanciamento e à falta de intimidade. "Encontrar maneiras de falar abertamente sobre os desafios", diz ela, "é o primeiro passo para a efetiva resolução de problemas e os sentimentos de proximidade que vêm do bom trabalho de equipa." Marybeth Calderone está limitada no uso das pernas e das mãos por causa de um distúrbio neurológico chamado Charcot-Marie-Tooth. O seu marido Chris diz que descobrir quando comunicar é o seu maior desafio. "A minha esposa fica frustrada com ela mesma quando não pode fazer as coisas, como organizar a secretaria da nossa filha de 8 anos de idade", diz ele. "Muitas vezes, eu não tenho certeza se Marybeth está com raiva de mim, ou da sua condição. Muitas vezes, eu tento descobrir isso por conta própria e não dizer nada." O nível adequado de comunicação é a chave. Karen Kayser professora de trabalho social no Boston College diz: "Se o casal está só centrado em falar sobre a doença, é um problema. Se eles nunca falam sobre isso, também é um problema. Você tem de encontrar um meio-termo." 2. Dê Menos Importância a Emoções Stressantes Kalb diz que é normal sentir-se triste e ter ansiedade por causa de uma doença crónica. E muitas doenças crónicas, como esclerose múltipla (EM), são imprevisíveis, o que só aumenta a ansiedade. "A melhor maneira de lidar com a ansiedade é identificar a raiz da preocupação e encontrar estratégias e recursos para lidar com isso", diz ela. Aqui estão quatro passos positivos que você e o seu parceiro podem ajudar para ajudar um ao outro a encontrar alívio do stress. 1. Para se sentir mais em controlo, aprenda mais sobre a doença e como utilizar os recursos disponíveis. 2. Considere aconselhamento. Você pode ir em conjunto ou separadamente para o aconselhamento com um terapeuta, padre, rabino ou outro profissional treinado. Uma boa opção para a construção de capacidade de enfrentamento é trabalhar com alguém treinado em terapia cognitivo-comportamental. 3. Tenha cuidado com a depressão. A tristeza é uma resposta normal á doença crónica. Mas a depressão clínica não tem que ser. 4. Reconhecer a perda da forma como a sua relação costumava ser. Ambos estão a vive-la. Mimi Mosher é cega e tem EM. O mais recente contratempo no seu casamento com John é a sua transição para o uso de uma cadeira de rodas elétrica. ”Numa recente viagem com amigos," diz Mimi, "Eu estava contente em estar à beira-mar. Mas o Jonathan queria-me passear com o grupo na praia, o que significou a mudança para uma cadeira de rodas com rodas de grandes dimensões. Esteticamente, eu não queria fazê-lo, mas ele convenceu-me. Às vezes você tem de fazer coisas para agradar o seu parceiro." 3. Declare as Suas Necessidades Kalb diz que um parceiro com uma doença crónica pode dar mensagens contraditórias. Quando se sente bem, o seu parceiro pode querer fazer as coisas por si mesmo, mas, em seguida, pode tornar-se ressentido quando os outros não se oferecem para ajudar quando ele ou ela não se está a sentir bem. Kalb recomenda que, se você é a pessoa com a doença, seja claro e direto sobre o que quer, porque o seu parceiro não é um leitor de mentes. A doença crónica pode muitas vezes mudar o equilíbrio de um relacionamento. Quantas mais responsabilidades um de vocês precisa de assumir, maior o desequilíbrio. Se você está a prestar cuidados, pode começar a sentir-se oprimido e ressentido. E se você está a receber cuidados, pode-se sentir mais como um paciente do que um parceiro. Kalb diz que tal mudança pode ameaçar a autoestima e criar uma enorme sensação de perda. Vocês precisam de falar um com um outro sobre como negociar tarefas e responsabilidades, diz Kalb. Os Calderones elaboraram o seu próprio sistema, apesar de admitirem que não é fácil. "Eu não conduzo mais, então o meu marido leva-me e vai-me buscar ao trabalho", diz Marybeth, que tem vindo a utilizar uma cadeira de rodas há mais de 20 anos. "Ele faz as refeições. Mas como ele não tem talento para o planeamento das refeições eu faço isso." "Nós somos parceiros iguais", diz Chris, "mas eu faço toda a condução e a culinária, bem como a manutenção da casa. Isso pode ser um fardo." 4. Vigie a Saúde do Cuidador Quando um de vocês é o parceiro que cuida, precisa prestar atenção à sua própria saúde física e emocional. "Se você não fizer isso", diz Kalb, “não será capaz de ajudar a pessoa amada." Para aliviar o stress, Chris joga basquetebol uma vez por semana. A atividade física proporciona uma válvula de escape para o stress. Então, pode confidenciar com um amigo, sabendo quais são os seus limites, pedir ajuda, e estabelecer metas realistas. A exaustão do cuidador pode ser um risco. Os seus sinais de alerta incluem: - Afastamento dos amigos, familiares e outros entes queridos - A perda de interesse em atividades apreciadas anteriormente - Sentir-se triste, irritado, sem esperança, e indefeso - Mudanças no apetite, no peso, ou em ambos - Alterações no padrão do sono - Ficar doente com mais frequência - Sentimentos de querer magoar-se ou à pessoa que está a cuidar - Exaustão física e emocional - Irritabilidade Se você é o cuidador e está a ter sintomas como esses, é hora de procurar ajuda, tanto para o seu próprio bem-estar como para obter apoio no cuidado do seu parceiro. 5. Fortalecer as Ligações Sociais A doença crónica pode causar isolamento. Ter amizades fortes é uma proteção contra a depressão. Mas, com uma doença crónica, você ou o seu parceiro podem não ser capazes de visitar as pessoas se, por exemplo, um de vocês usa uma cadeira de rodas. Ou um de vocês pode recusar porque tem medo de ser rejeitado, especialmente se a condição causa espasmos ou problemas no controlo da bexiga. Também é possível que você ou o seu parceiro se canse facilmente, tornando-se difícil planear e acompanhar os compromissos sociais. "Tornou-se cada vez mais difícil para nós, ir a casa de outras pessoas por causa da sua cadeira de rodas ", diz Jonathan Mosher. "Eu carreguei a Mimi por muitas soleiras de entrada, ao longo dos 23 anos que ela tem EM", diz ele. Se você é o cuidador, deve sentir-se à vontade para socializar sozinho sem se sentir culpado por isso. Manter a sua própria identidade é importante, diz Kalb. Kalb também sugere que você e seu parceiro mantenham uma lista de execução de coisas que precisam ser feitas para que, quando os amigos e parentes perguntam o que podem fazer para ajudar, vocês estejam preparados. 6. Lidar com o Esforço Financeiro O dinheiro pode ser uma pressão para qualquer casal, e uma doença crónica pode ser um enorme fardo financeiro. Você pode ter perdido o seu rendimento, porque a doença tornou impossível continuar a trabalhar. Você aumentou as despesas médicas e até as taxas de remodelação, se a sua casa precisa de ser adaptada para deficientes motores. E quando um de vocês é o cuidador, pode não ser capaz de sair de um emprego que não gosta, por causa de problemas com a cobertura do seguro. Você e seu parceiro podem querer trabalhar com um consultor financeiro que tenha experiência em lidar com condições médicas crónicas. […] 7. Valorizem-se Um ao Outro "A minha doença fez com que o meu casamento ficasse mais forte em alguns aspetos ", diz Marybeth sobre o seu relacionamento com Chris."Somos uma equipa. Tem sido difícil, mas vamos tentar manter as coisas importantes em mente, como os nossos dois filhos. " "Nós estamos juntos o tempo todo", diz Jonathan Mosher. "Nós somos um só." A sua esposa Mimi diz: "Faça alguma coisa boa pelo seu cônjuge todos os dias." E isso é um bom conselho para qualquer casal. Fonte: http://www.webmd.com/sex-relationships/features/chronic-illness-seven-relationship-tips Tradução: Fátima Figueiredo – Jovens portadores de Fibromialgia Portugal
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