.Vencedoras do 1º concurso de escrita criativa, mensal, da APJOF - Associação Portuguesa de Jovens com Fibromialgia. Se quiser participar no concurso do mês de Julho, envie o seu texto até dia 20/07 para o e-mail: [email protected] As vezes! As vezes... Dormir é um bom remédio. A chuva fina. O sol que não chega. A impertinência das dores... É sinal que precisamos dormir... Precisamos de acalmar De refletir Às vezes não é o mundo que está escuro. A escuridão está dentro de nós... Tanta dor, tanto cansaço. A indiferença... A impaciência... Nos torna mais frágeis... Aumenta a dor...... Nos deita ainda mais ao chão... E se... Se tentarmos acender A chama da alegria? Da esperança? Se tentarmos Que nosso mundo interior mude... E com ele, Tudo a nossa volta se torne Mais bonito. Somos povoadas de sensações De contemplações Odores Sabores Cores Nossa alma e corpo Parecem antigos... Então, Revisitando caminhos Ouvindo a natureza Sentindo Aprendendo Permite-nos viver Rir e sorrir Sonhar muito Realizar o que for possível Silenciar... Falar Ouvir... Tentarmos ser felizes Com o pouco que se tem Aliviar a dor No amor... De Lina Bogadinho - Junho de 2016 Fibromialgia Caminho devagar, como é boa essa realidade. Vejo, hoje em dia, mais cores e detalhes que nunca pensei existirem. Ah...sinto dores, sim, ela veio caminhar comigo. Ela vem sempre. Tenho uma companhia nas tristezas e uma melhor amiga nos momentos de felicidade e alegria. Aprendi que os amigos verdadeiros são os dos momentos de sorrisos pois eles suportam as nossas conquistas. Os que só estão junto às lágrimas eu já não quero mais. Preciso de caras limpas. O que almejarei de agora em diante? esse compasso lento? essa amiga inseparável que sinceramente eu não suporto mais a sua presença?. Fibromialgia. O nome dela repetido e tatuado em minha mente para que não esqueça-me do meu mundo virado da cabeça ao pé desde o dia em que a sonoridade de suas finas agulhas começaram a tomar forma de uma palavra que andará junto a mim a partir de agora. Quer eu queira ou não.. Vou aproveitar essa reviravolta e mudar de profissão. Ah... Quem eu quero enganar? A mim mesma será a resposta mais honesta. Já me acostumei a inventar sorrisos, a secar lágrimas próprias, a fingir nada sentir, a dizer que estou bem sem nem um milímetro do meu corpo estar minimamente disposto a levantar-se. Vejo caminhos, dois. Tenho a minha frente as estradas e tenho que escolher. Será? porque não posso andar por várias linhas, enfrentar nuances de mescladas cores e ritmos e sons e confusões e calmarias? Vou mudar não por uma decisão minha mas sim por imposição de uma imperiosa fibromialgia que me acomete, que acomete muitas outras pessoas. Qual o problema nisso? nada, nenhum. Basta-me saber ser leve como sempre fui. Ser livre para amar, me deixar ser amada, cuidada por mim mesma e por quem eu permitir. Ter fibromialgia é ser mais humano, ser menos altruísta, ser mais permeável, ter menos presunções. É poder sair e poder voltar quando quisermos, poder sorrir e chorar sem medo, não ter vergonha de pedir apoio. É ficar silenciosamente admirando o dia a dia, a cabeça fria, o coração quente, o olhar sereno. Posso ser feliz assim, não, não mudei, eu melhorei. Texto e fotografia de Ana Caúla Cribari - Junho de 2016 Muitos parabéns às vencedoras do mês de Junho!
2 Comments
Franncisco
23/6/2016 09:44:43 pm
Belo texto, bela foto! Parabéns!
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Armindo
23/6/2016 10:44:20 pm
Adorei!
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Sobre as "Crónicas de Fibra"Originalmente este blog continha textos sobre Fibromialgia e não só, escritos pelas administradoras do site. CategoriasArquivos
September 2016
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