Lembro-me perfeitamente do dia em que me diagnosticaram a fibromialgia e que o meu mundo caiu. Começando pelo princípio, nunca fui boa a educação física, cansava-me imenso e nunca gostei muito. Andava de bicicleta e caía muitas vezes, por vezes até caía a andar na rua (muitas nódoas negras). Tinha 16 anos e queixava-me sempre de dores nas costas o que a minha mãe dizia ser do crescimento e não deu importância, até ao dia em que fiquei agarrada aos nós dos dedos da mão por bater à porta. Tinha 16 anos quando fui parar ao Hospital Egas Moniz para ter um médico bruto como as portas a dizer-me que tinha uma doença crônica e que tinha de pôr "a manjedoura mais alta", a minha mãe riu-se eu desfiz-me por dentro. Tenho 32 anos e fui pela primeira vez a um especialista da fibro em Janeiro, não sei se foi azar, não sei se na altura os médicos eram todos assim, o que sei foi que tudo foi piorando com o passar dos anos. A minha mobilidade foi cada vez menos e as dores aumentaram, durante uns tempos fiz equitação e as dores melhoraram, mas sendo um desporto muito caro tive de parar. A minha mãe morrer o ano passado em Março, caiu-me o mundo. A minha mãe criou-me sozinha e sempre me apoiou em tudo o que podia e o que não podia , e foi um choque perder o meu porto de abrigo. Os pesadelos eram constantes e já mudei de medicação para as insônias três vezes... hoje em dia continuo com pesadelos mas já não são tão violentos. Na minha família pouco se fala sobre a minha doença e para as pessoas no geral sou a gorda que está sempre cansada. As pessoas não entendem o que é acordar de manhã como se tivesse me passado um camião por cima e com umas olheiras gigantes. Cada dia luto contra mim mesma entre as dores e as mil coisas para fazer, e vivo sozinha.. Mafalda P. - Fevereiro 2019
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July 2023
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