Vencedoras do 2º concurso de escrita criativa, mensal da APJOF - Associação Portuguesa de Jovens com Fibromialgia. Se quiser participar no concurso do mês de Agosto, envie o seu texto até dia 20/08 para [email protected] Diários Cada amanhecer traz um novo desafio, uma nova luta, uma batalha travada com meu eu interior que apesar de todas as dores precisa manter-se forte. A vontade incontrolável de permanecer na cama pesa nas minhas costas, mas a luz do sol anuncia que o dia brilha e que ganhei uma nova oportunidade para viver. Apesar dos limites que são impostos tenho que começar meu dia, o dever diário obriga a sair e realizar as tarefas propostas. Constantemente minha face não se mostra simpática ou atrativa, carrego aquele olhar pesado e caído com um sorriso timidamente desenhado em meus lábios. Sei que não pareço a mais simpática das criaturas, mas esse não é meu desejo, porém por muitas vezes a dor toma conta de mim, debruça-se na minha alma transparecendo em minha face, mas peço que não se afaste de mim, tudo o que necessito é de compreensão sem julgamentos. Quando a crise bate na minha porta acabo me rendendo a ela e a cama com seus lençóis e travesseiros macios tornam-se minha única companhia. Não sei se por medo ou indiferença as pessoas preferem ficar afastadas nesse momento, mal sabem elas que eu queria um afago, um abraço, uma mão amiga. Não sei como um corpo que parece tão frágil consegue suportar tamanha dor e cansaço. Não espero a dor, mas ela chega, faz abrigo em meu corpo e demora partir. Quando parte não dá adeus, mas um breve até logo e quando menos espero, ela está novamente debruçada em meu corpo. De: Cícera Benedita - Julho de 2016 Ai que saudades de mim
Ai que saudades de mim! Da mulher que fui outrora. Eram forças sem fim Cada vez mais fracas agora! Ai que saudades de mim! Das vindimas que fazia, Era uma alegria sem fim, De manhã até ao fim do dia! Ai que saudades de mim! Das subidas ao telhado, Ao sótão vezes sem fim, Tinha um corpo endiabrado! Ai que saudades de mim! Do tempo em que tudo aguentava, Era um filho ao colo, outro às cavalitas E o terceiro a mão segurava! Ai que saudades de mim! Das horas a ler e a tricotar Hoje nem sempre é assim, Um simples papel me faz parar! De: Paula Ribeiro - Julho de 2016 Muitos parabéns às vencedoras do mês de Julho!
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Sobre as "Crónicas de Fibra"Originalmente este blog continha textos sobre Fibromialgia e não só, escritos pelas administradoras do site. CategoriasArquivos
September 2016
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