Olá!
Chamo-me Ana Paula, tenho 53 anos, sou casada e mãe de 3 filhos. Desde criança que eu me queixo de dores quando tenho frio ou quando meto os pés na água gelada do mar. Durante a adolescência eu queixava-me de dores nas pernas sobretudo nos tornozelos e joelhos mas fazia exames e os médicos diziam que estava tudo bem comigo e que era do crescimento!
Também na adolescência me queixava de cansaço e falta de ar mas os exames diziam que estava tudo bem comigo!
Desde que tive o período pela primeira vez que sentia sempre dores horríveis no primeiro dia, felizmente que atualmente isso só acontece às vezes mas quando acontece dói que se farta e só com analgésicos e botija de água quente é que acalma! Precisamente depois de ser menstruada pela primeira vez que senti o meu rendimento escolar a baixar e com o passar dos anos sinto que a minha capacidade de raciocínio não é sempre a mesma! Tem dias que até os cálculos mais simples são tarefas difíceis de assimilar e muitas vezes troco as palavras que penso pelas palavras que digo e fico com um discurso confuso! Aos 26 anos fui contemplada com uma dor muito forte nas costas, que me prendia as omoplatas e o esterno e dava falta de ar. Fiz exames e não acusava nada de errado, fui a ortopedistas, reumatologistas, massagistas e osteopatas e a maldita dor não passava! A minha médica de família dizia que as dores eram psicológicas, uma sisma! Não concordava e um dia entrei num consultório a chorar desesperada por já suportar aquela dor há 5 anos! A médica disse que estava com uma depressão e aconselhou-me que procurasse ajuda de um Psiquiatra! Assim fiz e sou acompanhada por ele desde 1995 mas nunca me conseguiu tirar as dores que entretanto foram agravando e espalhando pelo corpo todo pelo que procurei mais reumatologistas e fisiatras e nenhum exame justificava as minhas queixas, que entretanto já eram dores por todas as articulações, dores por todos os músculos, dores desde os dedos dos pés até aos dedos das mãos e mais intensas na coluna, sobretudo na cervical. Além das dores sentia dormência e falta de força nos braços e nas pernas e procurei um neurologista em 2006 que me disse que tinha várias hérnias discais mas nada que justificasse uma intervenção cirúrgica e aconselhou-me a praticar natação ou hidroginástica ( isso só consigo fazer se for com água quente!) e a tomar duche de água bem quente sempre que me sentisse pior! Nessa altura a minha médica de família ponderou, sem nenhuma convicção, a hipótese de eu sofrer de Fibromialgia e eu fui para a internet fazer pesquisas sobre isso mas ao ver que era associada a fatores psicológicos não dei importância e continuei à procura de alternativas aos medicamentos que não me aliviavam a dor e procurei ajuda na acupuntura e na fisioterapia. Como não melhorava, apenas aliviava no momento dos tratamentos mas depois voltava tudo ao mesmo e os sintomas agravavam, em 2011 procurei outro neurocirurgião e quando eu lhe disse que me doía tudo exceto as unhas e os cabelos falou novamente em Fibromialgia, mas desta vez de tal forma convencido que era disso que eu sofria que me aconselhou a comprar o livro da Maria Elisa e fazer mais uma série de exames para juntar à TAC e RX que eu levava, tais como ressonância magnética, cintigrafia óssea e outros... Quando fui mostrar o resultado desses exames eu própria já ia convencida de que sofria de Fibromialgia pois tinha comprado o tal livro e ao ler identifiquei-me como se o mesmo tivesse sido escrito por mim! Ao ver os resultados o neurocirurgião confirmou a minha sentença, disse que eu sofria de Fibromialgia e receitou-me medicamentos diferentes dos anteriores e insistiu para que praticasse desporto e como eu já fazia hidroginástica disse que estava bem e não me marcou uma segunda consulta para dar seguimento... Depois de pesquisar novamente na net encontrei a página "Jovens Portadores de Fibromialgia de Portugal" e foi com base nos artigos dessa página que eu descobri que não estava sozinha nesta luta e que não era tudo apenas imaginação minha! Mas entendi também que a maioria da classe médica ainda não sabia como lidar com isto! Acho que tive sorte ao encontrar um fisioterapeuta que entende e me ajuda a aliviar as minhas dores mas como também ele não as elimina por completo aconselhou-me a procurar ajuda num reumatologista, manter o psiquiatra e acrescentar um nutricionista e eu assim fiz! E também acrescentei o Reiki como terapia.
6 anos depois continuo com as mesmas queixas e sintomas, que entretanto agravaram e surgiram novos sintomas, tais como tonturas e desequilíbrios o que deu origem a uma cirurgia a 2 hérnias na cervical e garantia de outro neurocirugião de que melhoraria toda a zona do trapézio mas a verdade é que não melhorou nada!
Farta de tomar medicação e não conseguir eliminar a dor, aproveitei a paragem por causa da cirurgia e nunca mais tomei qualquer antidepressivo! Meu Psiquiatra concorda e é o único medico que me marca consultas de rotina para me ir vigiando... Os outros sou eu que os procuro quando sinto necessidade! Tomo Coenzima Q10 por indicação do reumatologista, Acutil por indicação do Psiquiatra varias vezes durante o ano e tomo anti inflamatórios quando não aguento a dor mas aposto mais nos exercícios de relaxamento, aplico Reiki a mim própria pois fiz a formação do 1 e do 2 nível. Vou ao ginásio e piscina 2 vezes por semana. Sempre que sinto os músculos mais presos e tensos utilizo os cantos duros do sofá para os desbloquear. Meto-me na banheira com água bem quente quando me sinto mais cansada e com as dores mais intensas e descobri que a única coisa que me dá um alívio maior é o orgasmo e por isso uso e abuso disso sempre que estou pior! Chamo este tratamento de orgasmoterapia! Em anexo envio um video a mostrar como faço os desbloqueios no sofá e podem ver outro que coloquei no Youtube Cumprimentos Ana Paula - 7/09/2017
1 Comment
Sueli Settin
9/9/2017 04:09:25 am
Você tem sintomas de Espondilite Anquilosante
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July 2023
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