Não foi fácil encontrar um diagnostico, desde 2006 que me queixo de dores no corpo. Após várias ecografias chegaram à conclusão que não passava de reumatismo. Bom as dores continuavam e as ajudas não apareciam, quando explicava aos médicos olhavam para mim com ar duvidoso e receitavam antidepressivos. Bolas eu não estou deprimida estou com dores caraças... Decidi sofrer em silencio e foi andando até que em 2015 já não aguentava as dores. Fui tentar com exames à coluna e nada. Fui novamente à reumatologia e mais ecos, conclusão problemas de ombros deveria levar injeções de infiltrações. Estão malucos não quero nada disso. Passei o verão desse ano a sofrer com dores, não dormia e o cansaço era tanto que por vezes nem tinha força para segurar a caneta. Cheguei junto à médica de família e disse: Dra. interne-me, mande-me cortar os ombros faça o que quiser mas tire-me as dores não aguento mais. Bendita hora, disse-me logo "para mim é fibromialgia, mas vai à médica tal que é umas das melhores reumatologistas.
Num final de tarde após fazer mais exames lá fui eu mais uma vez, ia descrente, sentei-me à frente da Dra. e pensei “o que me vai infiltrar desta vez". Olhou para mim e perguntou: já ouviu falar em fibromialgia? - e ali esteve a explicar o que era e o me trazia e o que deveria fazer, enquanto falava eu pensava-o estou condenada"- sozinha com este diagnostico sai com as lágrimas nos olhos. Chorei muito no carro onde as únicas testemunhas eram a lua e o carro. Depois liguei ao marido e arranquei para casa, não sei como cheguei, por onde passei, mas cheguei com um sorriso tímido e anunciei "tenho fibromialgia". Porra fibromialgia só comigo. Após o diagnostico e uma série de medicamentos disse “isto não me vence, sou mais forte". Só que os dias iam passando e as dores começavam a interferir com o meu trabalho mas não me deixei abater, fui a pé a Fátima, fiz a vida normalmente. Só que os pensamentos iam sempre para as dores que mesmo com a medicação não me deixavam dormir. Na altura só me lembro de estar durante uma semana sem dormir, do resto não me lembro. Caí numa depressão profunda que me fez a ser acompanhada na psiquiatria e na consulta da dor. Só que não ajudaram a minha dor mental, resolvi procurar uma psicóloga que me ajudou em todos os meus problemas mal resolvidos que me perturbavam e causavam dor física. Agora vivo um dia de cada vez, não faço tudo como uma supermulher que era até aí, já aprendi que o corpo precisa de descanso, precisa de solidão e aconchego no sofá. Aceitar inteiramente nunca se aceita, mas viver ou sobreviver com a dita vive-se. Benedita Lopes Julho - 2023
1 Comentário
Isabel Bernardo
7/8/2023 11:28:01 am
Bom dia!!
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July 2023
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