O que entendemos todos por SEXUALIDADE? De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a sexualidade representa “uma energia que encontra a sua expressão física, psicológica e social no desejo de contacto, ternura e amor”, ou seja não se limita apenas aos comportamentos genitais, é um meio de expressão de afetos, com todas as partes do corpo, todas as fantasias, expectativas e desejos, tornando-se uma fonte de enriquecimento e de prazer para a própria pessoa e para as outras com quem se estabelece a respetiva relação.” Perante esta definição… aspetos positivos e negativos devem ser encarados com seriedade! A maior parte das queixas, que os pacientes de fibromialgia ou outra patologia associada à vivência de dor crónica, trazem para o consultório são geralmente: dores generalizadas, hipersensibilidade, rigidez muscular, inchaço, dificuldade em realizar tarefas do dia-a-dia, desinteresse, depressão, que naturalmente vão tornar a relação sexual inviável. Aliado a todos estes fatores físicos estão igualmente presentes as alterações na libido e as deformidades que vão aparecendo ao longo do tempo (diminuição da auto-estima e autoconceito). O que muda? Mulheres vs Homens São várias as alterações na vida sexual do doente com fibromialgia, sendo que estas vão desde o individual (doente fibromialgico) para o coletivo (casal). As queixas são transversais a homens e mulheres: fadiga constante, incapacidade de se movimentar, dor persistente, desânimo, desinteresse, baixa auto-estima, entre outros. O sexo além da sua componente física apresenta uma componente emocional/psicológica fundamental! Os casais devem investir no toque, partilha, imaginação, exploração de diferentes sensações, erotização…para que os sentidos sejam despertados! Apesar das limitações impostas pela FM, o casal não deixa de amar, existe apenas uma nova dinâmica intima/relacional que terá quer ser percebida e aceite por ambos e adaptada também há necessidade de ambos. Que fatores alteram a libido nos Homens e Mulheres? - dor, fadiga, depressão e alterações no sono, provocados pela fibromialgia, podem ser a causa da diminuição do desejo sexual, excitação e até possibilidade de atingir o orgasmo. - existência e prevalência de problemas psicológicos que provoquem as disfunções sexuais, também existem problemas orgânicos que podem atingir a atividade sexual. - Depressão No entanto outros fatores interferem diretamente na vivência da sexualidade: medicações que os pacientes tomam podem também afetar negativamente a libido, principalmente pela combinação medicamentosa, uma vez que 70% dos pacientes reúne mais do que um problema (artrite, diabetes, espondilite anquilosante, etc). Em alguns casos a função de lubrificação e ereção poderá ser prejudicada pelo uso de antidepressivos. Como tal podemos com clareza perceber que a dor crónica influência as relações íntimas entre marido e mulher. O que fazer? Primariamente saber que um relacionamento a dois pressupõe um entendimento mútuo, na realização e partilha de projetos conjuntos. O relacionamento sexual é algo que deverá ter como base confiança mútua, intimidade e diálogo com o parceiro. Destaco este último como fundamental, uma vez que é através do diálogo sincero, sem tabus, que o parceiro(a) vai perceber como o outro se sente (física e psicologicamente) Ao partilhar com o parceiro as suas dificuldades, localizá-las e tentando explicar o impacto que tem em si, vai certamente fazê-lo perceber que sim é possível a relação sexual mas com alterações! Usar este diálogo aberto, algum humor que minimize as nossas limitações, imaginação e erotização…vão ajudar! Uma relação positiva entre os fatores psicológicos a sexualidade vão proporcionar uma melhoria no bem-estar das mulheres no que toca aos aspetos emocionais e físicos. Deverá procurar ajuda de um Profissional? Em caso de persistência dos sinais/sintomas e continuidade de dificuldades ao nível sexual, é fundamental recorrer a um terapeuta/Sexólogo que deverá orientar todo o seu processo psicoterapêutico para: a educação e informação sexual, a desmistificação de crenças erróneas, a restruturação cognitivo-comportamental, terapêutica farmacológica e encaminhamento para outros profissionais de saúde objectivando a promoção de uma vida ativa e saudável. Segundo Marline Emmal, autora de Fibromyalgia and Female Sexuality, a actividade sexual é positiva para dor da Fibromialgia, uma vez que aumenta as hormonas da felicidade no cérebro reduzindo assim o nível de dor. Fonte: Arthritis Research
Texto escrito e gentilmente cedido por: Daniela Queirós - Psicóloga Clínica Mestrado Integrado em Psicologia Clínica e da Saúde
1 Comentário
Dulce Cristina de Matos Andrês
1/2/2024 01:15:09 am
Sou doente de fibromialgia.
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